“Quando a Palavra Acolhe: Uma Jornada com Haitianos no IFC”
Em um colégio agrícola de Araquari, onde o saber técnico se mistura ao cheiro da terra, vivi uma experiência que me transformou: palestras motivacionais e aulas de português para haitianos recém-chegados ao Brasil.
Eles vieram com bagagens invisíveis — histórias de dor, coragem e esperança. E ali, entre verbos e vocabulários, descobri que ensinar português era muito mais do que ensinar uma língua. Era oferecer uma ponte para o pertencimento, uma ferramenta para que pudessem se expressar, se defender, se conectar.
Mas o que mais me tocou não foi o aprendizado técnico. Foi o silêncio carregado de significado. Foi o olhar que dizia “obrigado” antes mesmo de entender a palavra. Foi a força que brotava de cada sorriso tímido, de cada tentativa de pronúncia.
A motivação que levei não veio de slides ou frases prontas. Veio da escuta. Veio do reconhecimento. Veio da certeza de que todo ser humano merece ser visto, ouvido e respeitado — independentemente da língua que fala ou da terra que pisa.
Essa vivência me ensinou que o verdadeiro acolhimento começa quando deixamos de querer ensinar e passamos a aprender com o outro. Aprender sobre resiliência, sobre fé, sobre a beleza que existe em quem escolhe recomeçar.
Hoje, compartilho essa semente com você, leitor. Que ela floresça em forma de empatia, de ação, de presença. Que possamos ser solo fértil para quem chega, e também para quem já está — mas ainda não foi verdadeiramente acolhido.
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